Clean label: a força da simplicidade nos rótulos e no prato

Preferência por ingredientes naturais, nomes conhecidos e rótulos transparentes ganha o paladar e a confiança do consumidor moderno
A ideia de que “menos é mais” saiu da decoração e invadiu as prateleiras do supermercado. E não é por acaso: a demanda por alimentos com listas de ingredientes curtas, naturais e compreensíveis cresce em ritmo acelerado, puxada por um consumidor mais informado, exigente e preocupado com o impacto do que come — no corpo e no planeta.
É nesse contexto que o conceito de clean label — ou “rótulo limpo” — vem se consolidando como uma das principais tendências do setor alimentício. A proposta é simples (e poderosa): usar ingredientes reais, fáceis de entender e livres de aditivos químicos desnecessários.
De acordo com a Innova Market Insights, quase metade dos consumidores globais já prioriza alimentos e bebidas com esse perfil. Só em 2024, cerca de 30% dos lançamentos globais no setor carregaram a bandeira do rótulo limpo, com destaque para produtos sem conservantes ou aditivos artificiais. O movimento é ainda mais forte na categoria de lanches, onde naturalidade e conveniência se encontram.
No Brasil, a expectativa não é diferente. Segundo a Mintel, 8 em cada 10 brasileiros esperam mais transparência e autenticidade das marcas. E marcas que entendem isso saem na frente.
A Tal da Castanha: clean label como identidade
A A Tal da Castanha é um desses exemplos. Pioneira no Brasil na produção de bebida vegetal orgânica à base de castanha de caju, a marca nasceu com a proposta de entregar ingredientes simples e qualidade sensorial. E isso sem abrir mão da transparência: os rótulos falam a mesma língua do consumidor e agora, com novo rebranding, comunicam esse compromisso de forma ainda mais direta e acessível.
“Queremos que a embalagem seja um canal de diálogo com o consumidor, que transmita confiança e clareza”, explica Rodrigo Carvalho, cofundador da Positive Co., responsável pela marca. Seu irmão e sócio, Felipe Carvalho, reforça: “Hoje, as pessoas querem entender a origem, os ingredientes e o impacto ambiental do que consomem. As nossas fórmulas limpas se aliam a uma comunicação transparente, fortalecendo essa conexão.”
A linha da marca — que inclui bebidas vegetais, pastas, cremes e versões Barista — é plant-based, orgânica, kosher, sem glúten e sem ingredientes de origem animal. Tudo com certificações como B Corporation e Non-GMO, além de um guia ilustrado nas embalagens, feito em parceria com a Tetra Pak e a Eu Reciclo, para orientar o descarte correto.
Rótulo limpo, escolha consciente
Para a nutricionista Alessandra Luglio, diretora de saúde da Sociedade Vegetariana Brasileira, o movimento clean label representa uma virada de chave na forma como escolhemos o que vai ao prato:
“Hoje, o rótulo virou critério de escolha. As pessoas querem produtos honestos, com ingredientes reais e minimamente processados. Querem entender o que estão comendo — e o impacto disso.”
Com projeção de alcançar US$ 45,54 bilhões até 2025, segundo a Mordor Intelligence, o mercado global de produtos com rótulo limpo sinaliza que essa não é apenas uma tendência. É um novo padrão de consumo — mais transparente, mais consciente, mais saudável.
E quando o rótulo é limpo, a escolha é clara.