Morango do amor: a sobremesa que conquistou redes, vitrines e paladares

 Morango do amor: a sobremesa que conquistou redes, vitrines e paladares

O doce da vez é, ao mesmo tempo, simples e teatral: um morango fresco, envolto em brigadeiro branco e coberto por uma fina camada de caramelo avermelhado que quebra sob a mordida. Sua aparência brilhante, quase de joia, e a combinação de texturas fizeram do morango do amor uma febre nas redes sociais e um sucesso de vendas.

A inspiração não é inédita. A técnica de banhar frutas em calda açucarada remonta à criação da maçã do amor, atribuída ao confeiteiro William W. Kolb, em Newark (EUA), em 1908. Originalmente pensada para o Natal, a maçã caramelada chegou ao Brasil nos anos 1940 e virou símbolo das festas juninas. Ao longo das décadas, ganhou variações com uva, banana e outras frutas — até que o morango assumiu o papel principal, agora com um toque brasileiro: o recheio de brigadeiro!

Mas afinal, quem criou?

A disputa pela autoria do morango do amor está longe de ter um veredito — e talvez seja justamente essa pluralidade que conte a sua verdadeira história.

Em nossa busca, encontramos a primeira aparição documentada em 2 de agosto de 2020, pela Ginger House Doces, de Canela (RS), que apresentou a criação como Coxinha do Amor. No mesmo mês, em 6 de agosto, a confeiteira Camilla Piñón, de Salvador (BA), publicou sua releitura da bala baiana, batizada de Morango Baiano, com morango, brigadeiro branco e caramelo.

Já a confeiteira Tânia Cristina Santamaria, de Atibaia (SP), diz ter começado a comercializar o doce e ajudado a popularizar a nomenclatura morango do amor, mas seu primeiro registro público data de 14 de junho de 2024 — quando o doce já ganhava força nas redes.

Três histórias, três pontos de partida e um resultado em comum: a transformação de uma fruta em um fenômeno gastronômico nacional.

Box: O morango do amor de R$ 2.100

O confeiteiro Denilson Lima, conhecido por seus bolos esculturais para a elite paulistana
O confeiteiro Denilson Lima, conhecido por seus bolos esculturais para a elite paulistana

O confeiteiro Denilson Lima, conhecido por seus bolos esculturais para a elite paulistana, criou sua versão luxuosa do morango do amor: oito unidades por R$ 2.100. Cada fruta é envolvida por uma fina camada crocante de caramelo e decorada com joias de açúcar isomalt, inspiradas nos ovos Fabergé. Os recheios são de brigadeiro de maracujá, brigadeiro cremoso de leite Ninho e brigadeiro belga.
“Era muita gente me marcando, mandando mensagem, perguntando quando sairia o ‘meu’. Nunca vi nada igual”, disse o confeiteiro à Forbes. Em poucas horas após o anúncio, foram mais de 400 mensagens — e hoje os pedidos chegam a cerca de 3 mil solicitações acumuladas.